quarta-feira, 28 de março de 2012

Chaves hermenêuticas do livro do apocalipse (parte 2)

A visão Cíclica.

       

        Como já mencionamos antes, por chaves hermenêuticas queremos dizer idéias, teorias ou linhas teológicas que orientam o estudante da bíblia. Sendo a hermenêutica em seu sentido tradicional a arte de interpretar a bíblia, logo as chaves hermenêuticas são idéias que servem de parâmetro que condicionam e direcionam a interpretação, ou seja, a forma que entendemos a bíblia.  Nessa oportunidade vamos comentar sobre uma chave hermenêutica muito útil ao estudo do livro apocalipse chamada de visão cíclica. O termo cíclico é usado em oposição ao termo linear. Essa chave está relacionada com as narrativas dos sete selos, das sete trombetas e das sete taças (do capítulo 4 ao capitulo 17.  O pensamento popular é que essas narrativas que descrevem a manifestação da ira de Deus sobre a humanidade são narrativas que obedecem uma lógica cronológica e são narrativas distintas como ilustra a figura:



         Para ser mais exato. Durante os dias da tribulação as pragas seguiram uma ordem. Primeiro as descritas nos através dos selos, depois as pragas descritas nas trombetas e por último as pragas descritas nas taças encerrando assim a manifestação da ira de Deus. Assim esse pensamento é chamado de interpretação linear.

           Diferente dessa idéia há a interpretação cíclica que ver as narrativas dos selos, das trombetas e das taças como complementares. Em outras palavras essas narrativas narram um evento só visto de três diferentes perspectivas. Nesse pensamento as pragas e as maldiçoes descritas ocorreram simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo, não em ordem e de forma distintas. É só observar a forma como as narrativas são construídas:

1- o último selo dá inicio a primeira trombeta e a ultima trombeta dá inicio a primeira taça.

2- a composição das narrativas é mesma. Todas elas são compostas por um prólogo ou interlúdio ( do ponto de vista do céu), Os eventos em si (o derramar da ira de Deus) e uma grande manifestação de vitoria por parte dos santos. OBSERVE O ESQUEMA:
 
      

       A interpretação cíclica, apesar de aparentemente simplista, é uma chave hermenêutica bastante útil por dar uma visão mais global dos episódios descritos do que na visão linear. Particularmente prefiro ver os eventos dos selos, das trombetas e das taças como pontos de vistas de um evento só do que vê-los como distintos.  Assim evitaremos uma pergunta que pode surgir quando vemos as narrativas do modo linear.

      

       Quando se dará o inicio das pragas descritas nas narrativas? Alguém responderá: após os três anos e meio de paz promovidos pelo anticristo. Então perguntamos: onde está escrito isso nas narrativas do apocalipse? Esses tais três anos e meio de paz? O livro do apocalipse não diz isso. Essa idéia vem do livro de Daniel na visão das semanas. Assim  teremos que provar que existe uma relação das narrativas do apocalipse com as visões de Daniel. O que conseguiríamos, mas perderíamos tempo. Assim preferimos entender que o que é descrito nos eventos dos sete selos, sete trombetas e sete taças ocorrerá durante todo o período da grande tribulação de forma simultânea. Até por que as três narrativas terminam com alegria nos seus e o trunfo de cristo, ou seja, o mesmo final. Se você prefere a visão linear, esse blog está aberto aos seus comentários e argumentos. Embora o comentarista desse blog prefira tomar como chave hermenêutica a visão cíclica por ser mais simples e atraente.


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